A vida, para muitos de nós, pode se tornar uma sequência de rotinas que, por vezes, nos afastam da plenitude que desejamos. Incômodos surgem, sensações de desalinhamento nos preenchem, e a busca por harmonia, alegria e conexão se torna um chamado profundo. Para mim, esse chamado encontrou uma resposta poderosa na Comunicação Não Violenta (CNV), uma abordagem que revolucionou a maneira como me relaciono comigo mesmo e com o mundo externo.
O Grito Silencioso Antes da CNV: Uma Comunicação em Preto e Branco
Antes de mergulhar no universo da CNV, minha comunicação era, para dizer o mínimo, um campo minado. Seja nas conversas mais íntimas com familiares, ou nos ambientes profissionais, eu percebia uma dificuldade constante em expressar o que realmente sentia, em entender as necessidades alheias – e, muitas vezes, as minhas próprias. A linha entre empatia, opinião e julgamento era borrada, resultando em atritos e mal-entendidos. O ciclo era exaustivo: irritação, arrependimento, e a incapacidade de mudar o padrão. Por vezes, o silêncio parecia a única saída, uma forma de evitar o confronto, mas que na verdade só gerava mais distância e frustração. Era como viver num mundo sem cores, onde as nuances da emoção se perdiam em cinzas.
O Desabrochar da Conexão: A CNV Como Jardim Interior
A Comunicação Não Violenta, desenvolvida por Marshall Rosenberg, foi, para mim, o equivalente a descobrir um jardim multicolorido dentro de mim. A partir dela, os encontros, antes tensos, transformaram-se em oportunidades de conexão genuína. Aprendi a ver além das palavras, a escutar o que não era dito, a identificar os sentimentos e necessidades que se escondiam por trás de comportamentos e falas. Essa nova linguagem me permitiu expressar-me de forma autêntica, não mais com base em acusações ou exigências, mas em observações claras, sentimentos, necessidades e pedidos concretos. Minha vida pessoal floresceu: o diálogo com minha família se tornou mais leve, mais profundo, e os laços se fortaleceram de uma maneira que eu jamais imaginei ser possível.
No âmbito profissional, a CNV se revelou uma ferramenta de inteligência relacional incomparável. O que antes eu via como discussões ou atritos, passei a interpretar como expressões de necessidades não atendidas. Mesmo diante de uma "comunicação violenta", eu conseguia traduzir a mensagem oculta e oferecer uma escuta empática, desarmando tensões e construindo pontes. Minhas relações de trabalho se tornaram muito mais colaborativas e enriquecedoras.
CNV e a Profundidade da Expressão Criativa: Minha Vivência com a Imersão IN ART
Isso tudo só é possível praticando – para além das interações interpessoais, a CNV revelou uma camada ainda mais profunda de conexão: a intrapessoal. Como idealizador da Imersão IN ART – uma vivência que convida a mergulhar em si através da ludicidade e das artes, buscando revelar a essência criativa –, percebo a profunda intersecção entre a Comunicação Não Violenta e o processo criativo.
A imersão IN ART propõe uma metodologia que inclui a CNV como um de seus cinco pilares fundamentais. Nela, a Comunicação Não Violenta não é apenas uma técnica de diálogo, mas um convite à autoescuta e à autoexpressão que ampliam o autoconhecimento e a empatia no ato de criar. É sobre sentir, nomear e expressar os sentimentos e necessidades que emergem durante o processo de criação artística, como se fosse uma ponte entre o inconsciente e o consciente, um acesso à nossa “Essência Criativa” mais livre e intuitiva. Assim como a CNV me ajudou a decifrar a "comunicação violenta" do mundo, ela também me auxilia, e aos participantes do IN ART, a traduzir os sussurros da alma e as necessidades do nosso ser em manifestações artísticas. A tela se torna um espaço de diálogo onde os princípios da CNV nos guiam para uma expressão mais autêntica e conectada.
A Profundidade do Aprendizado em CNV: Um Compromisso Contínuo
Minhas experiências em cursos e treinamentos de Comunicação Não Violenta foram fundamentais. Ter tido contato com facilitadores experientes e com uma metodologia que honra os ensinamentos de Marshall Rosenberg, me permitiu aprofundar minha compreensão e prática da CNV. Essa qualidade no aprendizado me mostrou que existe uma forma de condução que é ao mesmo tempo acolhedora e profundamente técnica. Há uma doçura na abordagem que convida à vulnerabilidade e à conexão, aliada a uma precisão que desvenda as complexidades da comunicação humana. É um equilíbrio raro que impulsiona uma transformação genuína, e que se alinha perfeitamente com a busca por uma “Essência Criativa” que é livre de condicionamentos e capaz de dar saltos intuitivos na vida.
CNV: Um Legado para a Vida e a Conexão Constante
A Comunicação Não Violenta se tornou mais do que uma habilidade para mim; é uma filosofia de vida. É a certeza de que, como seres sociais, a qualidade das nossas relações molda a qualidade da nossa existência. Continuarei a explorar os caminhos da conexão, da empatia e da expressão autêntica. Só quero aprimorar cada vez mais, pois acredito que a CNV é a chave para aproveitar os encontros e as relações de uma forma infinitamente mais saudável e rica.
É um convite a todos que buscam desvendar a beleza de seu potencial, a expressar o que há de mais luminoso em si e a construir um mundo de conexões verdadeiras. A imersão INART é também uma porta para os conhecimentos da CNV alinhados com a arte e com o desenvolvimento criativo.
"O ser humano é um ser social e poder se relacionar com CNV nos faz aproveitar os encontros e relações de uma forma muito mais saudável, é como eu vejo."
